
Sobre o Festival
É com muita alegria que o Festival de Música Erudita do Espírito Santo anuncia a sua 11ª edição, que se caracteriza tanto pela solidificação de projetos desenvolvidos nos últimos anos, como pelo estabelecimento de novas colaborações artísticas.
Além da série de concertos e espetáculos, o Festival de 2023 realizará, pela primeira vez em uma única edição, um conjunto de cinco iniciativas voltadas ao gênero operístico: o 4º VOE (Vitória Ópera Estúdio), o 4º Ópera nos Bairros, o 3º Opera-cional (projeto de formação para técnicos do campo da ópera), o 2º Concurso de Canto Natércia Lopes, e a continuidade do projeto de encomenda e criação de novas obras em colaboração com o núcleo artístico do Festival.
Dentre as novas colaborações artísticas, destacamos a parceria com a OSES - Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, que passa a ser correalizadora em diversos projetos do Festival, e a participação do jornalista musical João Luiz Sampaio como curador dos concertos e espetáculos desta edição.
A programação dá continuidade às diretrizes estabelecidas nos últimos anos, ao ter como enfoque a realização de obras de compositoras, a música brasileira, repertórios ainda pouco conhecidos pelo público, especialmente dos séculos XX e XXI, e a participação e divulgação de artistas capixabas.
Ao mesmo tempo, a 11ª edição traz novas abordagens e reflexões através da curadoria de Sampaio, um dos profissionais mais importantes do campo da música de concerto em nosso país, tanto por sua carreira ímpar como jornalista e crítico musical, como por sua sensibilidade aos temas sociais e incansável questionamento da função da arte lírica no mundo contemporâneo.
Livia Sabag, diretora artística

Editorial da Curadoria
A poesia de Fernando Pessoa nos questiona com seus versos: como é por dentro outra pessoa? E provoca: será possível conhecer os gestos, os olhares, as palavras de outras almas, uma vez que mesmo da nossa nada sabemos?
A relação com o outro é um dos desafios da existência. Pela necessidade de compreensão daquilo que é diferente. E pelo fato de que é por meio de nosso olhar para o mundo exterior que acessamos a dimensão daquilo que somos individualmente.
A partir de Pessoa, colocamos então outra pergunta: como é por dentro uma pessoa? E é esse o tema da 11ª edição do Festival de Música Erudita do Espírito Santo, que em sua programação reflete sobre o ouvir – a nós mesmos e à diferença.
Serão sete atrações, com programas que trazem obras e artistas que representam diversidade de gêneros, culturas e orientações estéticas, incluindo a estreia de quatro obras encomendadas pelo Festival a autores e autoras brasileiras.
A primeira delas é a ópera “Contos de Júlia”, do compositor Marcus Siqueira e da libretista Veronica Stigger, que abre a programação. A obra é inspirada em textos da escritora Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), que ficou à margem da história da literatura brasileira apesar de sua força criativa e do modo como deu voz a personagens femininas às voltas com a violência e o preconceito da sociedade.
O espetáculo conta com a direção musical e a regência do maestro Gabriel Rhein-Schirato, à frente da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo. A direção cênica é de Julianna Santos e a preparação vocal do pianista Fabio Bezuti. O elenco é formado pelas sopranos Eliane Coelho, Isabela Mestriner, Isabella Luchi e Laura Duarte, pelo baixo-barítono Stephen Bronk e por um conjunto vocal formado por Priscila Aquino e Rafael Siano, entre outros.
Vozes femininas silenciadas estão presentes também no recital em que a soprano Débora Faustino e a pianista Erika Ribeiro apresentarão “Passionis de Flamma”, ciclo de canções em que Eli-Eri Moura narra a história de três mulheres brutalmente assassinadas. Em contraste, será tocada também Femmes de Légende, de Mel Bonis, na qual cada passagem evoca uma grande personagem feminina da história da arte.
O pianista Cristian Budu participa da programação com um recital sobre a descoberta do indivíduo e seu mundo interior, que no século XIX tornou-se o filtro pelo qual o ser humano entendia a si mesmo e ao mundo à sua volta. Serão interpretadas peças de Beethoven, Fanny Mendelssohn, Clara e Robert Schumann e o Prelúdio e morte de Isolda, de Wagner, em que o eu e o outro se dissolvem em direção à modernidade.
O português Fernando Lopes-Graça, a coreana Younghi Pagh Paan e as americanas Margareth Bonds e Margareth Brouwer foram alguns dos compositores que refletiram sobre a guerra, situação limite da incapacidade de convergência entre diferenças – mas também sobre a resiliência de culturas e histórias ameaçadas de aniquilação.
Suas obras estarão no recital que vai reunir o barítono Homero Velho, a pianista Priscila Bomfim e a trompista Uriel Borges e terá ainda a estreia de outra encomenda do festival, “Manadas abrem com fogos os caminhos”, que Leonardo Martinelli escreveu a partir de texto da poeta brasileira Júlia Hansen.
A cidade é o espaço do encontro com o outro. Mas o quanto de fato olhamos aqueles que dividem conosco esse espaço? No concerto do Quarteto Bratya com a harpista Maíni Moreno, obras de autoras como a iraniana Niloufar Nourbakhsh, a chinesa Joyce Tang e a francesa Lili Boulanger se somam à estreia de “Poço de dentro”, escrita pela brasileira Thais Montanari, para propor um momento de parada – e um convite para que olhemos o mundo à nossa volta e as histórias de vida que o compõem. Não por acaso, o programa vai circular por quatro diferentes espaços da Grande Vitória.
O Festival também volta a contar com a participação da Orquestra Jovem Vale Música, em um concerto dedicado aos pequenos “outros”, as crianças, evocando a infância e o diálogo entre a música clássica e as manifestações regionais. Entre os destaques do programa estão a “Suíte Infância Brasileira”, de Elodie Bouny, e as “Invenções brasileiras nº 2”, que Juliana Ripke escreveu a convite do evento.
É pensando também no público infanto-juvenil que uma versão para marionetes da ópera Onheama, de João Guilherme Ripper, inspirada em lendas amazônicas, será apresentada em escolas e comunidades quilombolas do Espírito Santo, em mais uma das iniciativas de circulação e itinerância tão caras à história do Festival.
Por fim, o concerto de encerramento conta com a presença da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, que irá se apresentar sob regência do maestro Helder Trefzger e ao lado dos vencedores do II Concurso de Canto Natércia Lopes, que homenageia esta importante figura da vida musical capixaba.
Um bom festival a todos!
João Luiz Sampaio, curador da edição 2023
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
FERNANDO PESSOA
No fundo.

História

2022
Em 2022, na sua 10ª edição, o Festival trouxe como inovações a encomenda de obras para a sua abertura, incluindo um ciclo de canções e uma ópera, e a expansão das ações socioeducativas, com apresentações em espaços públicos e intervenções artísticas na cidade. A programação teve como eixo central as diversas relações do homem com o tempo e percepções da própria existência humana através dessas relações. Além das obras encomendadas - o ciclo de canções O Tempo e o Mar, com música de Marcus Siqueira e poemas de Geraldo Carneiro, e a ópera A Procura da Flor -, composta por André Mehmari para um libreto de Carneiro, entre os destaques desta edição tivemos a estreia brasileira de Dar Templo ao Tempo, de Eurico Carrapatoso, e o retorno da Orquestra Jovem Vale Música.
Veja algumas fotos desta edição

Equipe
Produção
Produtora Executiva – Júlia Silva
Produtor Logística – Fabio Prieto
Produtor Operacional – André Estefson
Produtora Itinerantes – Rafaella Vagmaker
Assistente de Produção – Morgana Santório
Fotógrafo site e catálogo – Vitor Braga
Comunicação
Assessor de Imprensa – Sérgio Fogaça
Analista de Comunicação – Érika Piskac
Fotógrafos – Lorenzo Savergnini (Plateia) e Fábio Prieto (Bastidores)
Casa Azul Conteúdo e Design para Sustentabilidade
Design - Ana Paula Lopes / Claienny Viana / Lucas Stefanini
Conteúdo e revisão de texto - Inez de Oliveira / Mariana Menezes / Marcela Millan
Sonorização
David Carlos – Produtor técnico
Ronald Igidio – Produtor técnico
Ipanema – Microfonação
Transmissão Audiovisual
Direção de fotografia - Ursula Dart
Assistente Musical direção de corte – Belquior Guerrero
Operação de câmera - Alex Viana, Nuno Perim, Tati Franklin, William Rubim
Eletricista e Maquinaria - Carlos Leite (Chacal)
Produção de set - Leandra Moreira
Ladart Filmes - Transmissão ao vivo

Sobre a COES
A Companhia de Ópera do Espírito Santo (COES) é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 10 de janeiro de 2011 pelo Diretor Presidente Tarcísio Santório.
O projeto da Companhia foi elaborado e concretizado a partir de resultados de pesquisas acadêmicas e estudos sobre o mercado de trabalho de artistas e técnicos do campo da cultura formados ou residentes no Espírito Santo.
A COES tem como principal objetivo atuar na área de gestão cultural, visando a democratização da cultura através da criação, divulgação, produção, difusão e preservação de projetos culturais. Além disso, tem como objetivo fortalecer as várias linguagens culturais, assim como conscientizar artistas, produtores, gestores públicos, agentes culturais e a comunidade da importância da cultura operística como possibilidade de desenvolvimento humano, cultural e econômico.
Presidente: Tarcísio Santório
Superintendente: Júlia Sodré
Diretora Secretária: Natércia Lopes
Conselho Fiscal: Luciana Idalina Costa (efetiva) e Henrique Pelek (suplente)
Diretoria atual

Agradecimentos
Governo Federal
Ministério da Cultura
Lei Rouanet
Governo do Estado do Espírito Santo:
Renato Casagrande - Governador
Secretaria de Estado da Cultura
Fabricio Noronha – Secretário de Estado
Carolina Ruas – Subsecretária de Estado da Cultura
Joemar Bruno Zagoto – Subsecretário de Estado de Gestão Administrativa
Maria Theresa Bosi - Subsecretária de Estado de Fomento e Incentivo a Cultura
Casa da Música Sônia Cabral
COES – Cia de Ópera do Espírito Santo
OSES – Orquestra Sinfônica do Espírito Santo
Shell
Instituto Cultural Vale
Fecomercio ES
Sesc
Hotel SENAC Ilha do Boi
Baluarte
Amigos e Familiares:
Ana Maria Sabbag
Eliane Coelho
Eurico Ferreira
Eva Nogueira
Fábio Bezuti
Gabriel Rhein-Schirato
Guilhermina Lopes
Helder Trefzger
Helena Nielsen
Irineu Franco Perpétuo
João Manuel Farias de Oliveira
Juan Pedro Sabbag Salazar
Marco Antônio da Silva Ramos
Morgana Santório
Marcus Siqueira
Mudei da Música Portuguesa (Conceição Correia)
Nathália Kato Giordano
Rainer Nielsen
Susana Cecília Igayra
Tânia Silva
Vera Maria Gatto Bijos
Victor Braga
Volnei dos Santos
Equipe Técnica e Artística da COES, Oses e Festival
Equipe Técnica e Artística Sesc e da Casa da Música Sônia Cabral


Editorial do Patrocinador
Ao longo dos 110 anos de trajetória no Brasil, a Shell vem se transformando numa empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen.
No entanto, a energia que impulsiona a Shell não vem apenas dos recursos naturais, mas também das pessoas. Ao longo de sua história, sempre acreditamos e apoiamos a sociedade brasileira, valorizando a sua diversidade e impulsionando a cultura, o empreendedorismo e a educação. Afinal, a verdadeira riqueza do país reside em suas pessoas e nas potencialidades que elas carregam.
Sendo assim, temos a honra de ser a patrocinadora master do 11º Festival de Música Erudita do Espírito Santo. A Shell, assim como o Festival, acredita no poder da música como ferramenta de transformação, inclusão e de aprendizado para o desenvolvimento individual e coletivo.
Vida longa ao Festival!
