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Emoções, conflitos, dores, paixões: o Romantismo propôs um mergulho do indivíduo em seu mundo interior, filtro pelo qual ele passou a compreender o mundo. Na música, essa descoberta foi retratada por autores como Beethoven, Robert Schumann, Clara Schumann, Fanny Mendelssohn e Liszt, que serão tocados pelo pianista Cristian Budu.

Piano: Cristian Budu

Sonata nº 14, op. 27 nº 2
(Sonata ao luar)

Ludwig van Beethoven [18’]

 
Canções sem palavras op. 8 nº 3
Canções sem palavras op. 8 nº 4 – Wanderlied

Fanny Mendelssohn [6’20]

 
Kreisleriana op. 16

Robert Schumann [30’]

 
Scherzo nº 2 op. 14

Clara Schumann [4’]

 
Morte de Isolda S.447

Richard Wagner/Franz Liszt [7’]

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Piano Solo

Apenas eu ouço esta melodia?

Sábado, 11 de novembro, às 20h

Casa de Música Sônia Cabral

R. São Gonçalo - Centro, Vitória - ES, Brasil

Apenas eu ouço esta melodia?
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Ficha Técnica

A música do Romantismo é testemunho de uma nova visão a respeito do ser humano. As emoções, os conflitos, as dores e as paixões: o mergulho nos recantos mais profundos da alma marca a relação do indivíduo consigo próprio e com o mundo à sua volta. Na música, poucos simbolizaram esse novo modo de pensar tão bem quanto Ludwig van Beethoven (1770-1827). A Sonata ao Luar é um bom exemplo. Com seu clima misterioso, ora melancólico, ora delicado, ora tempestuoso, é marcada por contrastes.


Símbolo da relação do artista romântico com o mundo é a figura do “wanderer”, termo que pode ser traduzido como “viajante”. Mas esse não é qualquer viajante: é alguém que ruma sem destino específico, que busca no próprio caminho, na relação com a natureza e com aqueles que encontra em sua jornada, um sentido – e serviu de inspiração para as Canções sem palavras op. 8 nº 4, de Fanny Mendelssohn (1805-1847).


O recital segue com a Kreisleriana, que Robert Schumann (1810-1856) criou inspirado na figura de Johannes Kreisler, personagem do escritor E.T.A. Hoffmann, um compositor marcado “por visões interiores e sonhos, como se flutuasse em um mar repleto de ondas, procurando em vão o porto que lhe daria a paz e a serenidade”.


Na peça, há muito do próprio Schumann, que nela evoca Florestan e Eusébio, seus dois alter egos: o primeiro, sensível e poético; o segundo, impetuoso e dramático. A peça também é uma declaração de amor à Clara Wieck (1819-1896). O pai da pianista e compositora era contra o casamento dos dois que, àquela altura vivendo em cidades diferentes, comunicavam-se então por meio de longas cartas – e de música.


Robert e Clara eventualmente se casaram e a paixão compartilhada pela música manteve-se como um dos principais elos do casal. Em 1841, os dois trabalharam juntos em canções inspiradas em “Primavera do amor”, do poeta Friedrich Rückert. E, alguns anos mais tarde, Clara utilizou a melodia de uma delas para escrever seu Scherzo nº 2, símbolo de seu poder criativo e da intensidade da relação com Robert.


O amor e o desejo são os grandes temas da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner. “Então devemos morrer, para que juntos, como um só, sem fim, sem jamais acordar, jamais temer, abraçados pelo amor, entregues um ao outro, possamos viver apenas para amar”, dizem os protagonistas no dueto do segundo ato.


Eles anseiam pelo momento em que o indivíduo possa desaparecer e formar uma nova entidade ao lado do outro, objeto de sua paixão. “Vocês não sentem ou veem? Apenas eu ouço esta melodia que soa dentro dele, maravilhosa e gentil, que tudo expressa, e se reconcilia suavemente, voando alto, com seus doces ecos ressoando sobre mim?”, diz Isolda na cena final da ópera, sua Morte de amor, do compositor Franz Liszt (1811-1886).


João Luiz Sampaio, curador da edição 2023

Sobre o espetáculo

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Assista à transmissão

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