
Da alusão ao impressionismo, ao poder das palavras e o papel do intérprete. O programa interpretado pelos vencedores do 2º Concurso de Canto Natércia Lopes e pela própria Natércia Lopes conta com peça da compositora Marisa Rezende, homenageada da edição, árias de Francesco Cilea, Ethel Smyth e Ruggero Leoncavallo, assim como um conjunto de canções de Henri Duparc, Maurice Ravel e Alberto Nepomuceno.
Orquestra Sinfônica do Espírito Santo
Convidada especial: Natércia Lopes
Solistas: Vencedores do Concurso de Canto Natércia Lopes
Lorena Pires
Lucas Melo
Filipe Santos
Regência: Helder Trefzger
BAIXE OS TEXTOS DO ESPETÁCULO
Fragmentos
Marisa Rezende
L’invitation au Voyage
Henri Duparc
Lorena Pires, soprano
Soupir
Maurice Ravel
Filipe Silva Santos, barítono
Il flote dans l’air
Alberto Nepomuceno
Orquestração de Rodolfo Coelho de Souza
Lucas Melo, tenor
Io son l’umile ancella
Francesco Cilea (Adriana Lecouvreur)
Natércia Lopes, soprano
Oh! It is Sweet to be alone
Ethel Smyth (Fete Galante)
Filipe Silva Santos, barítono
Recitar!... Vesti la giuba
Ruggero Leoncavallo (Pagliacci)
Lucas Melo, tenor
Cena da Carta
Peter Tchaikovsky (Eugene Oneguin)
Lorena Pires, soprano


Concerto
Concerto de Encerramento
Sábado, 25 de novembro, às 20h
Teatro SESC Glória
Av. Jerônimo Monteiro, 428 - Centro, Vitória - Espírito Santo, Brasil


Orquestra Sinfônica do Espírito Santo:
Flautas / Flautim: Danilo Klein, José Benedito Viana Gomes, Lucas Rodrigues
Oboés: Jonathan Yoshikawa, Nathalia Maria
Clarinetes: Cristiano Costa, Danilo Soares, Rafael Cláudio
Fagotes / Contrafagote: Ariana Mendonça, Deyvisson Vasconcelos, Felipe Reis
Trompas: Alan Vinícius de Souza, Jdiordy Lucca, Guilherme Catão, Ury Vieira
Trompetes: Anderson Ferreira da Silva, Mizael de Andrade, Renan Sena
Trombones: Fernando Ferreira, Fredson Luiz Monteiro, Jorge Luiz de Melo, Ricley Ribeiro
Tuba: Deivid Peleje
Percussão: Cristiano Charles, Daniel Lima, Léo de Paula, Marcão Lima
Tímpanos: Gabriel Novais
Harpa: Maíni Moreno
Piano: Cláudio Thompson
Violinos: Alexandre Lopes, Dennys Serafim (Chefe de Naipe), Diego Adinolfi (Spalla), Ed Carlo Kiepper, Edilene Kiepper Lopes, Elton Reis Mancuzo, Emily Cristina, Felipe Ribeiro, Gabriel Alomba, Jacqueline Lima, Karen Silva, Kedma Johnson, Lucas Rodrigues, Oscar Orjuela, Rayane Fortunato, Wagner de Souza, Wellington Rodrigues
Violas: Carla Cardozo, Carlos Berto, Daniel Amaral, Ernesto Peña, Liana Meirelles Paes, Rafael Nunes, Renata Mendes, Rodney Silveira (Chefe de Naipe)
Violoncelos: Alex Nunes Castilhos, Christian Munawek, Ever Aguero, Fabrício Moura, Felipe de Luna, Jonathan Azevedo, Liana Meirelles
Contrabaixos: Felipe Medeiros, Jean Almeida, João Paulo Campos, Leandro Nery, Michael Hochreiter (Chefe de Naipe), Rodrigo Olivárez
Ficha Técnica
O programa de hoje será aberto com uma peça da compositora Marisa Rezende (1944-), homenageada pela 11ª edição do Festival de Música Erudita do Espírito Santo. “Fragmentos”, ela explica, é “uma obra intimista, de cores suaves e contornos difusos, como um quadro impressionista poderia ser”.
A alusão ao impressionismo, movimento artístico que prezava a sensação do artista acima da busca pelo retrato da realidade, nos leva à França do final do século XIX e começo do século XX, com um conjunto de canções interpretadas pelos vencedores do 2º Concurso de Canto Natércia Lopes, realizado em 2023.
A soprano Leda Pires Adão interpreta L’invitation au Voyage, de Henri Duparc (1848-1933); o barítono Filipe Silva Santos, Soupir, de Maurice Ravel (1875-1937/0); e o tenor Lucas Melo canta Il flotte dans l’air, do ciclo de canções francesas escritas pelo compositor brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920).
É a própria Natércia Lopes que abre a segunda parte do programa, interpretando a ária Io son l’umile ancella, da ópera Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilea (1866-1950). “Eu sou a humilde serva do gênio criador; ele me oferece a palavra, e eu a espalho para os corações. Eu sirvo ao verso, o eco do drama humano”, diz a protagonista, uma atriz.
A passagem nos remete à figura do intérprete, aquele que assume o papel do outro no palco, fazendo dialogar sua própria experiência com a do compositor ou dramaturgo – tendo em vista, sempre, o contato com o público.
Nosso programa recupera, então, a commedia dell’arte e duas árias em que é possível observar o espaço entre o real e a ficção, entre o artista e o personagem. A primeira é Oh! It is Sweet to be alone, da ópera Fête Galante, de Ethel Smyth (1858-1944); e, em seguida, Vesti la Giubba, de I Pagliacci, de Ruggero Leoncavallo (1857-1919).
A ária de Adriana Lecouvreur nos fala também da força da palavra, instrumento a nos aproximar ou nos afastar do outro: é por meio dela, afinal, que nosso mundo interior se revela, falada, cantada, sussurrada. Ou escrita. Cartas revelam o momento em que, sozinhos, enquanto escrevemos, acessamos nosso interior em uma mensagem endereçada a um interlocutor distante, a quem desejamos tornar próximo.
É o que faz a jovem Tatiana, na famosa cena da ópera de Piotr Tchaikovsky (1840-1893), em que, durante a noite, imersa em sua fantasia, decide se escreve ou não uma mensagem declarando seu amor a Eugene Onegin.
Sobre o espetáculo
